quinta-feira, 9 de junho de 2011


NEM MOINHO DE VENTO, NEM CASTELO DE AREIA !!

Uma mentira dita repetidas vezes, ainda que com argumentos banais, mas por pessoas dissimuladas ou predeterminadas a defender tal posicionamento, ou porque em razão de inocência ou fanatismo de fato acreditam naquilo que falam, não obstante a absurdez, passa a ser tida como fato concreto e efetivo, não admitindo indagações ou contrariedades ( a frase central é de Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista ).

De igual maneira, talvez por convencionismo e oportunismo, ou pelo amor à tragédia cultuado por nossa sociedade, da mesma forma que nos assuntos sentimentais, na política, o que importa é a versão, e não os fatos.

São fatos e circunstâncias que trazem bastante embaraço, e mesmo as vezes temeridade, para aqueles a quem foi confiada a missão, esta as vezes outorgada pela própria consciência, de trazer a verdade à tona, ou pelo menos um mínimo de serenidade a quem tenta ver além da obscuridade.

Desdizer fanáticos, sejam ensaiados, dissimulados ou alienados, embora pareça o contrário, não é empreitada simples, simplesmente em razão do fanatismo; infelizmente a história é clara : rei morto, rei posto. Não há outra forma.

Na segunda hipótese, quando se trata de amor, não adianta se ponderar que inexistiu falta de confidência, falta de cumplicidade, ou mesmo infidelidade. Na política, não adianta se comprovar a inexistência de conchavos ou vantagens, na eventualidade de escândalos. O que importa é a versão, sempre resta a dúvida, a desconfiança, o ressentimento.

Ainda que inconformados, o dito é fato, e somente concordes com a esta realidade, podemos analisar de forma racional, o posicionamento e comportamento de determinada classe, determinada entidade, determinado grupo, e mesmo determinada sociedade.

Feitas estas considerações, mister voltarmos ao cenário proposto à nossa volta : o progresso rondando, a população duplicando, a oferta de empregos triplicando, as pessoas melhorando sua condição financeira.

O lugar certo, a terra das oportunidades. É o que se vende e se propaga, de forma bastante contundente. Não se permite ou se admite qualquer contrariedade a respeito. A blindagem é completa.

Não se publica na imprensa escrita ( ao menos três jornais locais circulam neste cenário ), qualquer notícia que destoe da versão oficial. Não se veicula na imprensa falada, qualquer desmerecimento ou apontamento, que possam colocar em cheque as colocações : apenas entrevistas de final de ano, ou entrevistas referentes a festas, com promoções pessoais.

Mesmo as reportagens referentes a sessões do legislativo, limitam-se a relatar projetos, requerimentos e indicações, omitindo qualquer posicionamento dos edis, que por ventura possam atingir a imagem repassada. Quando não moldam as colocações, voltando a opinião pública contra este.

Não bastasse, o boca a boca e o corpo a corpo defendendo a versão, ocorre diariamente, seja por borra-botas, seja por devedores de favores.

A atual bancada oposicionista tomou posse no dia 01 de janeiro de 2009, já com este cenário montado e atuante, presente em todos os setores da administração e da cidade em si, agora mais forte ainda, com o chefe do executivo reeleito com mais de 70% dos votos.

Desde o início, a proposta foi de fazer uma oposição inteligente e construtiva, buscando auxiliar a administração, colocando-se à disposição para ajudar, porém sem se omitir naquilo que considerasse errado ou ilegal. Em momento algum se pensou em fazer oposição burra, trivial em recente legislatura passada, onde se era do contra simplesmente pelo fato de ser.

A reciprocidade entretanto inexistiu desde o início, não se permitindo qualquer proximidade.

A oposição continuou firme em seu propósito, apresentando indicações, requerimentos, solicitando informações, buscando recursos. A oposição em momento algum de afastou da população, dos funcionários públicos municipais. Sempre se posicionou em defesa dos interesses coletivos e da comunidade em sí. Sempre se posicionou contra favorecimentos ou favorecidos.

Instada constantemente a desanimar ou dissuadir, seja em razão da desatenção, do descaso, do desmerecimento, ou mesmo em decorrência do isolamento, nunca esmoreceu.

Sempre que se necessitou de intervenção ou posicionamento, sobre determinado assunto ou determinada questão, é a oposição que se buscou, tendo em vista que esta nunca se acovardou, e nunca deixou de bater de frente com quem quer que fosse, em defesa de direitos violados ou afrontados.

Decorridos 30 ( trinta ) meses da posse, hoje temos a certeza do porque de tamanha blindagem, e do porque da centralização total do poder; é a forma encontrada de se dominar o cidadão, trazendo-o à dependência. Com esta dependência, se controla o eleitor, mantendo-se toda a célula.

O cenário inicial é sempre o foco a ser mantido.

Este cenário inicial nos traz à memória a célebre batalha de Dom Quixote e Sancho Pança, contra os Moinhos de Vento ( Dom Quixote de La Mancha - Miguel de Cervantes ).

Atacar o Moinho, como se fosse o gigante a ser batido, ou comportar-se com as mesmas ideias da sociedade quando defronta-se com algo fora dos padrões, fora do cotidiano, fora da normalidade petrificada que ela mesma impõe?

Evidentemente que nem um e nem outro é o comportamento da oposição. Na primeira hipótese, se diria que ela é insana. Na segunda, se diria que é acomodada e conivente.

A oposição tem plena consciência de seus atos e, nos limites de suas prerrogativas, de todos os procedimentos realizados, para se erigir o cenário presente. Sabe que não se trata de castelo de areia, mas também tem total discernimento a respeito do poder das ondas que seu mar pode criar.

Um comentário:

  1. Se alguém votou com os interesses coletivos foi essa oposição construtiva, que constantemente é "tratorada" pela base aliada e/ou comprada. Como é bom poder ter contato com texto desse nível. Parabéns companheiro Antonio Carlos Valente, nosso amigo Koka. Hoje as redes sociais cumprem tarefas que os balcões de negócios, os chamados jornais e rádios(velha mídia), no caso de nossa região não cumprem a muito tempo, tendo se transformado em meras publicações de marketing pessoal daqueles que pagam o desserviço desses veículos de desinformação. Devemos seguir os caminhos apontados pelos democratas das mais diversas estirpes e buscar a comunicação com a população através das novas mídias(facebook, blogs, twitter, etc). Ditaduras de 30 anos foram desmontadas e é impossível que consigam esconder tanta coisa durante tanto tempo, num lugar tão pequeno. Ousar lutar, ousar vencer!

    ResponderExcluir